Frase da semana

Não temas; doravante serás pescador de homens. (Lc 5, 10)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O desafio de ser jovem cristão hoje


A crise de valores e a perda da identidade parecem caracterizar a vivência atual da sociedade. Neste contexto de grande dispersão e profunda crise social, os jovens, juntamente com a família, são o anel mais exposto e mais vulnerável de toda a cadeia social. Entre as muitas questões que surgem frequentemente, existe uma em particular que parece atrair o interesse: “É hoje possível a coerência com os valores cristãos para os jovens?” A resposta está na multiplicidade de experiências positivas e encorajadoras de muitos dos nossos jovens brilhantes que escolhem caminhos para reafirmar a centralidade de Deus e do homem em uma sociedade que favorece o exterior e aquilo que é desumano.

Tenhamos sempre muito cuidado quando – na televisão e nos jornais – ouvimos falar de jovens desajustados e destruídos que se tornam os protagonistas de cenas de violência, de solidão e de conflitos. Isso revela apenas uma parte de uma realidade que, muitas vezes, é diferente. Todos os anos no verão centenas de jovens se encaminham aos principais santuários da fé católica: Lourdes, Fátima, Santiago de Compostela, entre outros, para nos dizer que a realidade não é como imaginamos e que ainda há espaço para a esperança e a confiança, as quais não podemos ignorar.

Além dos objetivos da fé, existem relevantes trabalhos de voluntariado exercidos pela juventude em todas as partes do mundo, constituindo um verdadeiro serviço à vida. Portanto, se você fizer as contas, os jovens que escolhem caminhos diferentes da usual rotina vazia e triste são realmente muitos, uma silenciosa multidão de almas que dão uma resposta clara e forte ao nosso questionamento. Não só é possível viver a experiência da juventude como um cristão, mas também descobrir um novo caminho, o caminho da luz e da vida. Em vez de perguntar se é possível que os jovens vivam como cristãos, deveríamos gastar menos tempo em considerações inúteis e olhar ao redor para tentar ver essa multidão silenciosa de esperança, que cresce se dirigindo a Deus. Se você olhar bem e escutar bem não será difícil localizar jovens comprometidos e ansiosos para crescer no conhecimento da verdade, empenhados em servir a Cristo no próximo, capazes de escolher momentos fortes de crescimento consciente do que é belo e importante e de doar tempo e habilidades para Deus.

Quem não tem confiança nos jovens é cego e surdo, porque não sabe ver a realidade nem ouvir a verdade, que são muito diferentes de como nós imaginamos. O mal faz sempre mais barulho que o bem.


Pe. Paolo Morocutti


Fonte: http://blog.cancaonova.com/roma/2010/07/21/o-desafio-de-ser-jovem-cristao-hoje/

terça-feira, 20 de julho de 2010

Termômetro da amizade


Que tipo de bem tenho comunicado aos meus amigos?


Volta e meia conversamos sobre amizade. Se fosse realizada alguma pesquisa, talvez chegássemos à conclusão de que essa é uma das palavras que saem com mais facilidade da boca de todo o mundo.

Mas será que todo o mundo sabe, de verdade, o que está querendo dizer quando fala sobre amizade?

São Francisco de Sales é um Doutor da Igreja, título dado àqueles santos que desenvolveram um ensinamento surpreendente. Ele também oferece um conceito singular sobre amizade: a caridade é uma amizade, ou seja, amizade é puro amor. E não para por aí não. Esse santo vai além e destaca que toda a amizade é comunicação de bens.

Eu pergunto para você: o que é um bem? Bem é tudo aquilo que, quando colocamos em comum, enriquece, acrescenta, plenifica, aperfeiçoa. Só pode existir bem quando existe amor, e só existe amor onde existe Deus, que é puro amor. Aqui, São João Evangelista também pode nos ajudar quando ensina que “Deus é luz e nele não há treva alguma” (cf. I Jo 1,5).

Ora, se Deus é amor e é luz ao mesmo tempo, isso significa que o amor apenas existe na luz, e vice-versa. Aí já fica fácil de entendermos melhor muita coisa. Em primeiro lugar, fica claro que não pode existir verdadeira amizade entre pessoas más ou que se unem para fazer o mal. O mal é escuridão, é treva, é o oposto da luz. Todo relacionamento que tem como base o mal foge da lógica da amizade, que, como vimos, é comunicação de bens, e todo o bem é bom, é luminoso. É impossível existir um bem que seja mal. Vou repetir para você não esquecer: não pode existir verdadeira amizade entre pessoas más ou que se unem para fazer o mal.

Não é preciso pensar muito para que outra pergunta surja logo em nossa cabeça: que tipo de bem eu tenho comunicado aos meus amigos? Melhor ainda: será que eu estou, de verdade, comunicando algum bem aos meus amigos, ou seja, partilhando com eles coisas que enriqueçam o nosso relacionamento? Ou, ao contrário, muitas vezes, eu tenho dado mais ênfase para a escuridão por meio do que falo, do que vivo e do que estimulo o outro a fazer e viver?

É tempo de retomada, de dar a volta por cima e colocar a vida de novo no caminho certo. Faço um convite para você: sejamos verdadeiros amigos de nossos amigos. Vamos comunicar bens que sejam bons de verdade, luminosos, que testemunhem o Deus, que é todo luz e todo amor.

Peçamos o auxílio do Senhor:

Senhor, a amizade precisa ter raízes em Ti para que possa ser verdadeira. Somente em Ti e a partir de Ti tudo pode ser construído com bases sólidas, firmes, duradouras, com destino à eternidade.

Sim, Senhor, ensina-me a ser verdadeiro amigo de meus amigos. Aumenta o desejo de meu coração em perseguir este objetivo com todas as minhas forças.

Da-me a graça de resplandecer em minha vida e através dos bens que comunico toda a Tua Luz, que cura de todo o mal!


Seu irmão,

Leonardo Meira




Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=11943

Amigo de verdade é aquele que corrige


O melhor, às vezes, exige correção


Há um princípio fundamental em qualquer amizade: ela deve nos fazer crescer. Como uma árvore boa é podada para poder dar frutos bons, assim também, durante a caminhada de crescimento e de amadurecimento, o ser humano precisa de algumas boas “podas”. Passar por esse processo não é fácil e, muitas vezes, nem aceitamos que qualquer um nos pode. Por isso Deus coloca algumas pessoas especiais em nossas vidas não só com a oportunidade, mas com a missão de nos corrigir para nos fazer crescer.

Monsenhor Jonas Abib, certa vez, escreveu que existem situações de nossa vida nas quais, muitas vezes, só o amigo é capaz de nos corrigir. O conhecimento mútuo, ou seja, a intimidade que uma amizade gera entre duas pessoas produz um conhecimento tão profundo da alma do amigo que nos permite saber a forma e quando corrigi-lo. O amor compartilhado é capaz de abrir “compartimentos lacrados” de nosso coração, os quais precisam da luz da verdade sobre as nossas misérias, para que estas possam ser curadas.

Por causa da abertura de alma que há numa amizade um amigo é capaz de chegar aonde ninguém consegue. Ele é capaz de atingir e tocar nos pontos mais delicados de nossa história, de nossa vida, com toda a maestria que só o amor é capaz de suscitar. São feridas nas quais ninguém havia tocado, mas que somente um amigo é capaz de tocá-las e curá-las com seu amor.

Um bom amigo é como um bisturi nas mãos de Deus, capaz de rasgar a nossa alma para que todas as mazelas sejam expelidas e o coração possa ser curado. Esse processo é muito doloroso no início; não é fácil aceitar a correção e escutar tantas verdades da boca de alguém. Muitas vezes, isso fere, machuca e realmente arranca pedaços, mas, logo depois, o bálsamo do amor do amigo é derramado, consolando, aliviando e cicatrizando as nossas feridas. Alguém precisa fazer o serviço, por isso Deus usa dos nossos amigos. Ele sempre se utiliza de alguém para agir em nossa vida, suscitando a pessoa certa para que, através do amor concreto, toque na ferida e cure o nosso coração.

Pressuposto de uma amizade madura e saudável é a correção. A Palavra de Deus nos ensina: “Corrige o amigo que talvez tenha feito o mal e diz que não o fez, para que, se o fez, não torne a fazê-lo” (Eclo 19,13). Amigo que não corrige, não faz o outro crescer e por isso não ama de verdade. Um relacionamento de amizade verdadeira em Deus não comporta omissão. É preciso haver verdade, sinceridade e por isso liberdade para poder corrigir, mas fazê-lo no amor. Quem ama quer o melhor para o outro e esse melhor, muitas vezes, exige correção.

Saber que alguém que está nos corrigindo nos ama não nos anestesia da dor da “poda”, mas nos traz segurança. Podemos até resmungar, nos irritar, no entanto, ouvimos e acabamos aceitando. Lá na frente veremos o quanto aquela exortação nos fez crescer e nos livrou de tantos sofrimentos.

Se um amigo o corrigiu, aceite a correção! Exortação não é questão de falta de carinho; pelo contrário, é ato concreto de quem ama e quer o melhor para nós. Se um amigo seu precisa de correção, não se omita! Não deixe que o seu medo de perder a amizade por ter de corrigi-lo o leve a perdê-lo definitivamente. Mostre o seu amor e se comprometa com a vida dele. Cumpra sua missão de amigo: corrija e o ganhe para sempre; o ganhe para Deus!


Renan Félix
Seminarista da Comunidade Canção Nova




Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?id=&e=11937

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Vaticano sofre ataque na internet através do Google

O motor de busca dava como resultado a página pedofilo.com




O Vaticano foi vítima de um ataque na internet. Nesse sábado, quem digitava a palavra “vaticano” no Google recebia como primeira resposta a página “www.pedofilo.com”.

No entanto, ao entrar nesse site por meio do motor de busca, abria-se uma página em branco.

Ao ter notícia desse ataque, a Santa Sé informou o Google. A empresa desculpou-se imediatamente e assegurou que faria o possível para sanar o quanto antes o problema. Neste domingo de manhã, os resultados do Google nos diferentes idiomas tinham-se normalizado.

Os primeiros indícios apontam que a operação parece ter sido realizada por alguém que tem um bom conhecimento dos mecanismos de funcionamento do Google, pois de fato não de tratava de um ataque “hacker”.

A página pedofilo.com, segundo ZENIT comprovou através das instituições de registro, é de propriedade da empresa GuionBajo, da cidade de Monterrey (México).

Apesar disso, não necessariamente o dono da empresa é o autor da manipulação informática contra o Vaticano.

O Vaticano não apresentou denúncia contra o Google, pois a empresa pediu imediatamente perdão pelo fato e buscou uma solução.



Fonte: http://www.zenit.org/article-25541?l=portuguese

Valor da oração comunitária


Uma das expressões mais vivas da comunhão dos santos


Fulge o valor da oração comunitária nestas palavras de Cristo: "Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou no meio deles" (Mt 18,20). Nestes instantes de preces se percebe ao vivo a presença de Jesus, havendo um compartilhamento da fé numa invocação a Deus e numa abertura ao amor e à esperança. Por isso, São Paulo aconselha aos romanos: "Buscai a plenitude do Espírito. Falai uns aos outros com salmos e hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando ao Senhor em vosso coração" (Ef 5,18b-20).

Unidos, os cristãos elevam seu espírito ao Deus trino, motivados pelas grandes obras que o Senhor realiza na existência de cada um. Não há nada mais bíblico nem mais eclesial do que este louvor de Deus, a quem conjuntamente se adora e agradece, apresentando reparação pelas falhas humanas e se pedem graças que são concedidas pelo Pai, que está nos céus, como afiançou o próprio Redentor. A oração vivida com fé autêntica enche a pessoa da dileção de Deus, é comunhão com Ele e com os irmãos na busca da libertação dos próprios erros, levando a um crescimento interior integral fruto da ajuda mútua. Isso porque a união na oração é uma das expressões mais vivas da comunhão dos santos. É evidente que a prece dos cristãos tem seu apogeu e sua centralidade na Eucaristia. Nunca se valorizará demais a participação no Santo Sacrifício da Missa. Nele a Palavra de Deus fala ainda mais fundo dentro de cada coração através das leituras e cânticos e nele adoramos o Pai em Cristo, com Cristo e por Cristo, recebendo os dons do Espírito Santo.

Durante a Santa Missa se oferecem orações, súplicas e intercessões em espírito de gratidão, conscientes de que tais preces estão unidas às de Cristo e às de toda a Igreja espalhada pelo mundo inteiro. No ofertório da Celebração Eucarística afirmamos que tudo o que somos e o que possuímos é dádiva de Deus. Esta dádiva tem dimensão social e a ela deve associar-se cada um no serviço do Reino de Deus e no serviço ao próximo, usufruindo com júbilo a presença de Jesus, prometida por Ele aos que, em Seu nome, estão reunidos. A busca de Deus, do Valor Absoluto, bem como a paz, a tranquilidade, a imperturbabilidade resultam destes momentos beatíficos da prece em comum. É que a prece é sempre uma resposta de amor à vontade amorosa de Deus Pai.

Na oração, de fato, os cristãos se põem naquela radical perspectiva de abertura ao Senhor Todo-Poderoso e, por meio da graça, abertura à salvação, na qual Deus vem sempre ao encontro de cada um e o chama e opera nele na alegria do Espírito Santo. Quanto mais profundamente cada um se colocar nesta perspectiva, tendo como premissa um coração purificado e livre, tanto mais este encontro com o Criador se tornará vital para ele.

Rezar é, de fato, um ato de renovação da fé na presença de Deus, um gesto de esperança na tensão para a conquista da Jerusalém celeste, uma expressão de amorosa doação de si. Pode-se, deste modo, de maneira temática, concreta e palpável se perceber a inobjetivável experiência da transcendência sobrenatural do Ser Supremo. Pode-se mesmo dizer que a história pessoal da salvação de cada um é a história de sua oração feita em união com os irmãos e irmãs. É quando se abrem os ouvidos do coração e se escuta a resposta de Deus: “Eu sou a vossa proteção”.

Então razão tem Santo Agostinho ao afirmar que a oração do cristão é um falar com Deus, recebendo d'Ele retorno maravilhoso. Tudo porque, quando dois ou três estão reunidos em oração, Jesus está no meio deles.


Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho
Professor no seminário de Mariana durante 40 anos



Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?id=&e=11927

A diferença de religião nos relacionamentos


A religiosidade é um assunto que não se restringe apenas ao casal


Convivemos com algumas pessoas que professam espiritualidades diferentes da nossa e com as quais consideramos possuir um bom nível de relacionamento. Ainda assim, podem acontecer pequenas discussões a respeito daquilo que um ou outro acredita acerca de uma “verdade”. Mas, como colegas, sabemos que o que mantém o relacionamento em comum é a amizade, o trabalho, a diversão, entre outras coisas fundamentadas no respeito mútuo e na prudência; especialmente, quando as conversas tocam nos respectivos valores morais ou dogmas defendidos pelos amigos. Entretanto, essas diferenças podem ser um desafio a mais quando a pessoa se descobre encantada por alguém de religião diferente, pois de um lado estão os valores de sua profissão de fé e do outro o sentimento que acredita completar seu ser.

Viver o compromisso de uma vida a dois com alguém que professa um outro credo é uma questão que pode trazer algumas dificuldades para o casal no futuro. Praticamente todas as diferenças de comportamento e de hábitos são passíveis de adaptações e de mudanças, mas quando se trata de doutrina e fé, imagino que nenhum casal queira fazer concessões e abrir mão daqueles valores que fazem parte da educação de cada um. Assim, a espiritualidade dos namorados também poderá ser um fator relevante para as tomadas de decisões.

É interessante perceber que, na maioria das vezes, as pessoas que levantam tais preocupações são aquelas que buscam a fidelidade no exercício de sua fé. Para elas, talvez, a espiritualidade do namorado seja uma das primeiras coisas que gostariam de saber a respeito. Outras, entretanto, que apenas se dizem pertencer a uma denominação cristã ou crença religiosa, certamente, não vão considerar a religiosidade uma questão relevante a ponto de interferir no relacionamento. É claro que ninguém vai fazer um debate religioso logo no primeiro encontro, mas se o relacionamento manifesta sinais de ficar sério, tocar nos pontos significativos para o casal será uma boa ideia; e quanto mais cedo, melhor.

Os encontros religiosos promovidos para os fiéis têm como objetivo aproximar e fortalecer o conhecimento destes por meio de estudos e discussões, visando ampliar seus horizontes sobre o conhecimento de sua fé. Todavia, para isso acontecer entre casais de credos diferentes vai significar a renúncia da fé por parte de um dos dois. E quem, entre eles, estaria disposto a ser catequizado depois de adulto na fé do (a) namorado (a)?

Seja o casal fervoroso na sua fé ou não, o fator “religiosidade” é um assunto que não se restringe apenas a eles. Quase sempre, namorar alguém que vive uma outra espiritualidade pode causar inesperadas implicações para os familiares e amigos próximos. As famílias dos namorados percebem tais dificuldades quando se deparam com as práticas e os ritos estabelecidos pela espiritualidade vivida por aquele que está chegando à família, como por exemplo, na celebração dos dias comemorativos, nos ritos fúnebres, batizados, casamentos, entre outros. Para algumas pessoas certas manifestações religiosas podem parecer um insulto à sua profissão de fé. Esses impasses podem ser, também, um obstáculo para o crescimento do relacionamento.

Quanto menores as diferenças, tanto maiores são as chances de adaptações e progressos em nossos convívios. Algumas vezes, a diferença das práticas dos cultos religiosos é superada quando um resolve se converter à fé do outro; outros preferem aprender a aceitar a diferença permanecendo cada um na sua fé. Todavia, imaginemos o futuro dos filhos que hão de vir dessa união. Em qual religião essa criança será catequizada? Pois de certa maneira, tanto o namorado quanto a namorada acreditam que sua opção de fé seja a melhor para educar a criança.

Se acreditamos que a nossa felicidade depende de nossas escolhas, então procuremos fazê-las com bastante cuidado e zelo para que maiores sejam as oportunidades de alegria dentro de nossos relacionamentos.


Dado Moura


Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=11932

terça-feira, 6 de julho de 2010

Não temos motivo para temer o inimigo


Eu acho que todos devem saber o que os romanos faziam quando derrotavam um império ou um general. O vencedor entrava de forma triunfante em Roma. E em meio àquela entrada triunfal, o general era aplaudido, louvado. E o general derrotado era amarrado à carruagem do vencedor. E isso era o máximo de humilhação para quem que havia sido derrotado.

Se olharmos Colossenses 2,15, Paulo usa esse mesmo fato para falar da derrota do inimigo de Deus. Já foi dito várias vezes que o demônio já foi derrotado. Não precisamos temer nada. É verdade que o maligno é como um leão que ruge à nossa volta, tentando achar uma brecha e nos devorar. Mas por que ele continua a entrar nesse campo de batalha uma vez que já foi derrotado? A intenção dele é diminuir a força do reinado de Jesus. Satanás continua a tentar enfraquecer aqueles filhos e filhas de Deus que fazem parte do Reino. E a experiência de muitos é esta: “Por que depois que comecei a seguir Jesus tenho mais tentações, me sinto mais oprimido que antes e tenho mais crises?”

Muitas pessoas, muitos cristãos, uma vez que tomam a decisão de seguir ao Senhor pensam que vão ter uma vida mais tranquila. Mas a verdade é o contrário, pois o demônio não tem interesse em atacar os que não são seguidores de Jesus Cristo. O interesse dele é colocar obstáculos na vida daqueles que decidiram seguir o Senhor. Tanto mais eu “subo a montanha”, tanto mais descubro que as dificuldades são grandes. Os cristãos são as pessoas mais atacadas. Até mesmo os santos o foram.

Não estranhe se, vocês que seguem a Jesus, começam a sentir mais problemas, mais ataques. Isso não é motivo de nos levar a uma crise. Não temos motivo para temer o inimigo, pois ele já foi derrotado. O demônio é que tem de ter medo de você, de mim. A razão é simples. Porque nós somos filhos e filhas de Deus, herdeiros do Reino. Ele tem muita raiva, porque aquilo que foi dado a ele uma vez, agora é dado para nós. Ele tem raiva, tem ódio por causa disso. Ele odeia a cada um de nós. Ela faz tudo para nos enganar, para que possamos voltar desencorajados, desanimados. Ele tenta nos enganar de várias maneiras.

Mas tem uma coisa, uma técnica que ele usa frequentemente para nos atacar. É o desânimo, o desencorajamento. Ele também usa essa "carta do baralho" com os santos. O desânimo não vem de Deus, sempre vem do inimigo, daquele que nos faz desistir de ir em frente.

Vamos olhar para padre Pio de Pietrelcina. Quando um analista do Vaticano disse que ele era um psicopata, este santo entrou numa crise tremenda. Ele olhou para os estigmas dele e se questionou se tudo era falso. Madre Teresa de Calcutá, no seu leito de morte, também viveu uma grande crise ao sentir o amor de Deus longe dela. O bispo teve de enviar um exorcista até ela e convencê-la de que aquele sentimento de não amor não vinha de Deus.

É muito normal que também nós vivamos esses momentos de crise. Seguir Jesus num momento de entusiasmo é fácil, mas continuar O seguindo nos momentos de sofrimento, isso sim é difícil. O inimigo de Deus virá tentá-lo quando você estiver se sentindo fraco, cheio de medos, com raiva, ansiedade, tristeza. É nosso papel lutar contra essas táticas que ele usa para nos desanimar. A tática que ele também usa é nos apresentar meias verdades, porque o demônio é um mentiroso, enganador, trapaceiro. Ele nos apresenta algo que parece muito bom, quando, na verdade, é muito ruim.

O maligno diz que por causa dos seus pecados, você não consegue fazer nenhuma tentativa para ser mais santo. Muitas vezes, nós pensamos que tentações são relacionadas ao sexo, ao sentimento de raiva, ódio. Essas são grandes tentações. Mas temos de estar atentos a uma grande tentação que é não fazer a vontade de Deus. Eu posso tentar vencer esse mal pelo poder que vem do Alto, do Espírito Santo. O inimigo faz de tudo para que eu saia do caminho da vontade do Senhor. Ele ousou tentar Jesus a desobedecer ao Pai, quando O levou ao alto do monte e mostrou-Lhe as cidades, dizendo que elas Lhe pertenciam. A tentação do inimigo a Jesus era muito atraente. O Pai dizia para Jesus ir para a cruz e o inimigo pedia para ele desobedecer ao Pai e ter aquelas cidades. Mas Cristo diz: “Afasta-te de mim, satanás. Eu adoro somente ao Pai”.

Irmãos e irmãs, será uma luta até o fim de nossa vida, mas se nós usarmos as armas não precisamos ter medo nenhum. A primeira arma é a Eucaristia. O inimigo treme diante da Eucaristia, porque ela é sinal de humildade, enquanto o maligno luta para ter poder. Uma outra arma forte contra o inimigo é o sacramento da confissão. Este sacramento é mais poderoso do que a própria oração do exorcismo.

O maligno tem medo da Santíssima Virgem Maria. Numa de minhas orações de exorcismo, quando eu falei o nome de Maria, uma mulher possuída disse, numa língua em latim, a qual ela não conhecia, por meio do inimigo: “Não mencione este nome!”. Ele disse que tem muito medo da humildade de Nossa Senhora. Temos de guardá-la como nossa Mãe.

Momentos de desânimo podem acontecer em nossas vidas. Quando isso acontecer se agarre a Maria. Não tenha medo do inimigo. Não desanimem com as ondas revoltas do mar, porque a vitória é nossa! Uma vez que Jesus derrotou o inimigo, com Jesus, nós também o derrotaremos.

Por Elias Vela
In: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=11925

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Se aprendermos a ouvir a Deus, não temeremos nada, diz Papa


Papa Bento XVI aos jovens, neste domingo, 4, em sua visita pastoral à Sulmona, na Itália:

Logo em sua chegada à Catedral de São Pânfilo - padroeiro da cidade, o Papa fez um momento de adoração ao Santíssimo Sacramento. Em seguida, foi acolhido por um discurso do bispo local, Dom Angelo Spina, e foi saudado por dois jovens representando todos os presentes.

Das palavras proferidas pelos jovens, o Papa ressaltou um aspecto positivo e outro negativo. O primeiro é a sua visão cristã da vida, resultado da educação recebida da família e dos educadores. O negativo são as sombras que escurecem seu horizonte: problemas concretos que dificultam as perspectivas de um futuro sereno e otimista; assim como falsos valores e modelos ilusórios que ao invés de preencher a vida, a esvaziam.

Para encorajá-los, Bento XVI usou uma expressão jovem, dizendo-lhes que têm “uma marcha a mais”, por conservarem fortes suas raízes históricas e fazerem delas a sua “mestra de vida”. “O cristão tem boa memória, ama a história e quer conhecê-la”, disse o Papa.

Em seguida, o discurso se direcionou para o chamado de Deus: a vocação. Para o Papa, "é preciso ensinar o nosso coração a reconhecer o Senhor, a ouvi-lo como pessoa que nos está próxima e nos escuta. Se aprendermos a ouvir esta voz e a segui-la com generosidade, não teremos medo de nada, pois saberemos que Deus é Amigo, Pai e Irmão". Em síntese: o segredo da vocação é a relação com Deus, a oração.

O diálogo com Deus é garantia de verdade e liberdade, e não distrai ninguém da realidade; não aliena, mas defende do orgulho e da presunção, das modas e do conformismo. “Quem segue Ele, não tem medo de renunciar a si mesmo, pois “a quem tem Deus, nada falta” – como dizia Santa Tereza d’Avila.

O Papa convidou os jovens a adentrarem-se no caminho da santidade, que os fará mais criativos ao resolver os problemas da vida, pois o cristão não é individualista. Até a vida solitária de oração e penitência é sempre ao serviço da comunidade, jamais se contrapõe a ela. “Eremitérios e mosteiros são oásis, fontes de vida espiritual – explicou – e os monges não vivem para si, mas para os outros, para que a Igreja e a sociedade sejam sempre irrigadas de novas energias, de ações do Senhor”.

Enfim, Bento XVI citou Santo Agostinho, que por tanto tempo procurou algo que saciasse sua sede de verdade e felicidade, e no final, entendeu que nosso coração não tem paz até encontrar Deus e nEle repousar.

Concluindo, o Papa disse que deixava Sulmona contente, como um pai tranqüilo que vê que seus filhos estão crescendo bem. Pediu-lhes que continuem a amar a Igreja, nos trilhos do Evangelho, e a serem humildes e generosos.

Antes de deixar a Igreja, o Papa desceu à cripta para venerar as relíquias de São Pânfilo e São Celestino V. Da Catedral, Bento XVI se dirigiu ao estádio municipal, de onde partiu de helicóptero rumo à Cidade do Vaticano.

Por ocasião da visita de Bento XVI à cidade e à Diocese de Sulmona-Valva, e como expressão concreta de comunhão e afeto, as paróquias, institutos religiosos, movimentos e associações locais promoveram uma coleta com a finalidade de oferecer ao Papa um hospital na África.

In: http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=276997

domingo, 4 de julho de 2010

VOTAR BEM - ELEIÇÕES 2010

Os Bispos Católicos do Regional Sul 1, da CNBB (Estado de São Paulo), no cumprimento de sua missão pastoral, oferecem as seguintes orientações aos seus fiéis para a participação consciente e responsável no processo político-eleitoral deste ano:


1. O poder político emana do povo. Votar é um exercício importante de cidadania; por isso, não deixe de participar das eleições e de exercer bem este poder. Lembre-se de que seu voto contribui para definir a vida política do País e do nosso Estado.

2. O exercício do poder é um serviço ao povo. Verifique se os candidatos estão comprometidos com as grandes questões que requerem ações decididas dos governantes e legisladores: a superação da pobreza, a promoção de uma economia voltada para a criação de postos de trabalho e melhor distribuição da renda, educação de qualidade para todos, saúde, moradia, saneamento básico, respeito à vida e defesa do meio ambiente.

3. Governar é promover o bem comum. Veja se os candidatos e seus partidos estão comprometidos com a justiça e a solidariedade social, a segurança pública, a superação da violência, a justiça no campo, a dignidade da pessoa, os direitos humanos, a cultura da paz e o respeito pleno pela vida humana desde a concepção até à morte natural. São valores fundamentais irrenunciáveis para o convívio social. Isso também supõe o reconhecimento à legítima posse de bens e à dimensão social da propriedade.

4. O bom governante governa para todos. Observe se os candidatos representam apenas o interesse de um grupo específico ou se pretendem promover políticas que beneficiem a sociedade como um todo, levando em conta, especialmente, as camadas sociais mais frágeis e necessitadas da atenção do Poder público.

5. O homem público deve ter idoneidade moral.
Dê seu voto apenas a candidatos com “ficha limpa”, dignos de confiança, capazes de governar com prudência e equidade e de fazer leis boas e justas para o convívio social.

6. Voto não é mercadoria.
Fique atento à prática da corrupção eleitoral, ao abuso do poder econômico, à compra de votos e ao uso indevido da máquina administrativa na campanha eleitoral. Fatos como esses devem ser denunciados imediatamente, com testemunhas, às autoridades competentes. Questione também se os candidatos estão dispostos a administrar ou legislar de forma transparente, aceitando mecanismos de controle por parte da sociedade. Candidatos com um histórico de corrupção ou má gestão dos recursos públicos não devem receber nosso apoio nas eleições.

7. Voto consciente não é troca de favores, mas uma escolha livre. Procure conhecer os candidatos, sua história pessoal, suas ideias e as propostas defendidas por eles e os partidos aos quais estão filiados. Vote em candidatos que representem e defendam, depois de eleitos, as convicções que você também defende.

8. A religião pertence à identidade de um povo.
Vote em candidatos que respeitem a liberdade de consciência, as convicções religiosas dos cidadãos, seus símbolos religiosos e a livre manifestação de sua fé.

9. A Família é um patrimônio da humanidade e um bem insubstituível para a pessoa. Ajude a promover, com seu voto, a proteção da família contra todas as ameaças à sua missão e identidade natural. A sociedade que descuida da família, destrói as próprias bases.

10. Votar é importante, mas ainda não é tudo. Acompanhe, depois das eleições, as ações e decisões políticas e administrativas dos governantes e parlamentares, para cobrar deles a coerência para com as promessas de campanha e apoiar as decisões acertadas.


CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL
73ª Assembléia dos Bispos do Regional Sul 1
Aparecida-SP, 29, 30 de junho e 1 de julho de 2010.



Aparecida, 29 de junho de 2010


Dom Nelson Westrupp, scj
Presidente do CONSER

Dom Benedito Beni dos Santos

Vice-Presidente

Dom Airton José dos Santos
Secretário-Geral



Fonte: http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=276981

sábado, 3 de julho de 2010

As disposições para comungar dignamente


Em síntese: Vai publicada nas páginas seguintes parte do texto de uma Declaração da S. Congregação para os Sacramentos, que, embora datada de 1938, conserva sua atualidade até hoje. Tal documento recomenda que, 1) em consonância com a exortação de S. Pio X, os fiéis se aproximem freqüentemente, ou mesmo todos os dias, da S. Eucaristia; 2) que o façam, porém, em estado de graça, evitando toda forma de sacrilégio ou abuso. Daí a necessidade de se remover qualquer tipo de coação sobre os membros de comunidades ou grupos para os quais a S. Eucaristia é celebrada; daí também a necessidade de se oferecer a todos os fiéis a ocasião de confissão sacramental periódica (embora não seja necessária antes de toda e qualquer Comunhão Eucarística). Daí também a obrigação de não se fazer da S. Eucaristia mero símbolo de solidariedade fraterna (testemunho de amizade a quem aniversaria, a quem se casa ou a quem está enlutado...), mas tomá-la, antes do mais, como o sacramento da união ao Senhor Deus, que é três vezes santo.

Quem acompanha as celebrações litúrgicas hoje em dia, observa grande número de Comunhões Eucarísticas e exígua procura do sacramento da reconciliação. É certo que não se requer a Penitência sacramental antes de toda e qualquer participação na Eucaristia; parece, porém, que às vezes a Comunhão já não é considerada como recepção do Corpo e do Sangue do Senhor, que requer estado de graça ou ausência de pecado mortal, mas, sim, como testemunho de solidariedade aos irmãos, especialmente quando há casamento, celebração de aniversário ou sufrágio por um fiel defunto... Há mesmo quem reconheça não estar devidamente preparado para comungar; aproxima-se, porém, da Eucaristia, propondo confessar-se depois como se este propósito fosse suficiente para receber a Eucaristia em tais circunstâncias.

Ora esta prática contradiz à doutrina da Igreja, que tem ensinado repetidamente a necessidade do estado de graça para que possa haver digna recepção da Eucaristia. Em PR 270/83, pp. 395-411, foi publicado um artigo do Pe. Armando Bandera O. P., que, recorrendo à palavra do S. Padre João Paulo II, incute tal verdade. – Neste número de PR segue-se parte de outro documento da Igreja, de teor semelhante. Trata-se da Instrução Postquam Pius da S. Congregação para os Sacramentos datada de 08/12/1938; embora não seja um escrito recente, é portador de doutrina sempre válida no tocante ao ponto que nos interessa.

Eis o texto em pauta:

A INSTRUÇÃO “POSTQUAM PIUS”

“Desde que o Papa Pio X, de feliz memória, estimulou os fiéis a receberem a Comunhão freqüente e cotidiana mediante o decreto Sacra Tridentina Synodus e depois que o mesmo Pontífice convidou também as crianças a essa prática através do decreto Quam Singulari, o recurso à Comunhão freqüente e cotidiana se propagou louvavelmente, como é notório.

Essa prática, fonte de inúmeras bênçãos, não só merece os elogios, mas precisa de se estender mais ainda não apenas entre os fiéis católicos em geral, mas também entre os jovens e as crianças, em conformidade com os decretos acima mencionados e segundo as normas estabelecidas a propósito.

“A Comunhão freqüente e cotidiana... deve ser estimulada o mais possível nos Seminários da Igreja... como também em todos os estabelecimentos católicos de educação da juventude (Sacra Tridentina Synodus, nº 7). Todos aqueles que se dedicam às crianças, se empenharão com todo o zelo por fazer que, após a Primeira Comunhão, elas se aproximem freqüentemente da Sagrada Mesa ou, se possível, todos os dias, como o desejam Cristo e nossa Mãe e Santa Igreja,... e que o façam com toda a devoção de que são capazes em sua idade” (Quam singulari, nº 6).

Condições exigidas para a Comunhão freqüente ou cotidiana

I. Na proporção mesma em que a Comunhão freqüente ou cotidiana é digna de elogios, importa sejam observadas as condições que ela impõe, a saber: estado de graça e reta intenção. É preciso tomar as precauções necessárias para que esse Pão não seja consumido indignamente. Com efeito, diz o Apóstolo: “Quem como desse pão ou bebe do cálice do Senhor indignamente, será réu do Corpo e do Sangue do Senhor” (1Cor 11,27).

Existe o perigo de se fazerem Comunhões indignas, perigo mais ou menos inerente, como se compreende, à prática muito difundida da Comunhão freqüente ou cotidiana, visto que a fraqueza humana tende a tratar levianamente o que é habitual. Tal perigo aumenta quando os fiéis, em particular os jovens, não se aproximam da Mesa Sagrada individualmente, mas juntos, em atitude comunitária, como ocorre todos os dias nos Seminários e nas comunidades religiosas, para não mencionar outras ocasiões. Acontecerá assim que alguém, consciente de ter um pecado grave na consciência, não obstante vá comungar para seguir o exemplo de seus colegas, ou por receio de se tornar motivo de reparos para os outros, especialmente para os Superiores, e, conseqüentemente, cair na suspeita de ter cometido uma falta grave.

Instrução para os pregadores

II. A fim de afastar, tanto quanto possível, todos os abusos, pareceu necessário a esta Sagrada Congregação procurar os remédios a ser aplicados e apresentá-los aos pastores de almas. Tais são esses remédios:

1) Quando os pregadores ou os diretores espirituais, de maneira pública ou particular, estimularem os fiéis, especialmente os jovens, à prática da Comunhão freqüente e cotidiana, há de lhes explicar claramente:

a) que tal prática não é obrigatória;
b) que ela se torna proibida se todas as condições não se cumprirem;
c) que a Comunhão freqüente e cotidiana é fortemente recomendada, mas não é preceituada por lei alguma¹; é deixada à devoção e à piedade de cada qual, Isto é tão verídico que mesmo o dever da Comunhão pascal é temperado por uma cláusula que autoriza a dilatação do prazo previsto, quando por um motivo razoável o Vigário ou o confessor tiver aconselhado adiá-la para mais tarde ². Disto se segue que, quando ocorre a prática da Comunhão cotidiana, o fato de que alguém de vez em quando se abstenha da mesma não deverá ser ocasião de surpresa ou de suspeita. Se tal princípio for bem compreendido, o receio de que haja Comunhões indignas perderá todo fundamento.
d) A Santa Comunhão, que é vida para os bons, é morte para os maus. É, portanto, antes do mais exigido para a mesma o estado de graça. O horror do sacrilégio há de ser fortemente incutido. Será preciso chamar a atenção para a lei segundo a qual nenhum cristão cuja consciência esteja onerada por pecado mortal, pode licitamente receber a Comunhão sem se ter confessado anteriormente, qualquer que seja o grau de arrependimento que julgue ter¹.

Requer-se outrossim uma intenção reta ou piedosa. Esta consiste em que ninguém se aproxime da Mesa Sagrada por mera rotina ou por vaidade ou por respeito humano, mas, sim, porque o fiel deseja conformar-se à vontade de Deus, unir-se a Ele mais intimamente pela caridade e usar esse divino remédio contra as próprias fraquezas e deficiências (Decreto Sacra Tridentina Synodus nº 2).

Mais: “a fim de que a prática da Comunhão freqüente e cotidiana seja orientada por maior prudência e produza mais copiosos méritos, não será adotada sem o parecer do confessor” (ib. nº 5).
Facilitar o acesso à Confissão

2) A Confissão freqüente há de ser promovida assim como a Comunhão freqüente. Isto não quer dizer que a Confissão deva preceder a Comunhão quando o cristão não tem consciência de haver cometido pecado mortal. Contudo os membros de comunidades religiosas devem ter a possibilidade de se confessar não somente em dias determinados, mas devem ter livre acesso ao confessor (aprovado) que tiverem escolhido...

Outras cautelas
c) Nas comunidades (escolas, Institutos, acampamentos...), por ocasião da Comunhão, é preciso evitar tudo o que poderia tornar difícil a um jovem abster-se da Eucaristia. O modo de proceder deve ser tal que não se levem em conta os casos de abstenção.

d) O Superior da comunidade deve tomar cuidado para que a Sagrada Eucaristia não seja levada aos enfermos que não a tenham explicitamente solicitado.

e) Aqueles que organizam ou dirigem reuniões de jovens em que se celebra a S. Eucaristia, não devem esquecer que, em tais reuniões, os perigos de Comunhão sacrílega são muito semelhantes aos que existem nas comunidades. Deverão, portanto, tomar todas as cautelas para afastá-los. Não somente declararão que cada qual é livre para se aproximar da Mesa Sagrada ou não e propiciarão a ocasião de se confessarem, mas também tratarão de evitar tudo o que poderia provocar a surpresa dos outros em relação àqueles que não receberam a Comunhão.

Esta Sagrada Congregação pede insistentemente aos Ordinários e Superiores, inspirados por prudência e por zelo apostólico, tomem ainda outras medidas que lhe pareçam oportunas para eliminar abusos em relação à S. Eucaristia... Com efeito, é necessário vigiar com grande prudência a fim de que o SS. Sacramento da Eucaristia... não se torne ocasião de detrimento e ruína para os fiéis em conseqüência da malícia humana ou de negligência culpada na supressão dos abusos. Caso isto acontecesse, estariam anuladas a razão e as finalidades em virtude das quais o sacramento foi instituído...

Dado em Roma, na sede da S. Congregação para os Sacramentos, aos 8 de dezembro de 1938, na festa da Imaculada Conceição da bem-aventurada Virgem Maria.

D. Cardeal Jorio, Prefeito
F. Bracci, Secretário”

Numa palavra: verifica-se que, há quarenta e mais anos, como hoje, a S. Igreja deseja que

- os fiéis se aproximem freqüente ou diariamente da S. Eucaristia;

- recebam a Comunhão em condições dignas ou em estado de graça, evitando todo sacrilégio ou abuso.

Vê-se, pois, quão urgente é não fazer da S. Eucaristia mero símbolo de solidariedade fraterna (a quem aniversaria, a quem se casa ou a quem está enlutado...), mas tomá-la, antes do mais, como sacramento da união ao Senhor Deus, que é três vezes santo. Faz-se mister outrossim que as pessoas já esclarecidas se disponham a esclarecer os fiéis católicos que, ignorando as condições para a digna recepção da Eucaristia, procuram a Comunhão sem antes se preparar pela Reconciliação sacramental, quando necessária.

O cânon 663, § 2º do Código de 1983 determina que “os membros dos Institutos Religiosos devem, quanto possível participar todos os dias do Sacrifício Eucarístico, receber o Santíssimo Corpo de Cristo e adorar o próprio Senhor presente no Sacramento”. Todavia este cânon há de ser compreendido à luz dos dizeres dos cânones 6, § 2º e 21.

O cânon 6, § 2º reza que “os cânones deste Código, enquanto reproduzem o Direito antigo, devem ser apreciados, levando-se em conta também a tradição canônica”.

O cânon 21 – ainda mais importante – estipula que “na dúvida não se presuma a revogação de lei preexistente, mas leis posteriores devem ser comparadas com as anteriores, e, quanto possível, com elas harmonizadas”.

Ora é certo que na tradição jurídica da Igreja existem normas que exigem condições de alma especiais para que alguém possa dignamente receber a S. Eucaristia. Por conseguinte, tais disposições canônicas não foram ab-rogadas pelo novo Código, mesmo quando este recomenda a S. Comunhão cotidiana.

Vê-se, pois, que, se, de um lado, a Igreja estima e recomenda a Comunhão freqüente, Ela não a impõe categoricamente, mas, ao contrário, deseja haja, para todos os fiéis, liberdade de comungar ou não, de acordo com os ditames da sua consciência. (Nota do tradutor).

² O cânon 920 do Código de 1983 estabelece que todo fiel católico, após a Primeira Comunhão, “tem o dever de comungar ao menos uma vez por ano. Este preceito deve ser cumprido no tempo pascal a não ser que, por justa causa, se cumpra em outra época dentro do mesmo ano”. Por “tempo pascal” na Igreja universal entende-se o período que vai de quinta-feira santa até o Domingo de Pentecostes (no Brasil o tempo pascal estende-se do primeiro Domingo de fevereiro até 16/07).

“Justa causa”, no caso, pode ser distância física em relação à Igreja ou mesmo a necessidade de melhor preparação mediante uma confissão bem feita. (Nota do tradutor).

¹ Diz o cânon 916 do novo Código:

“Quem está consciente de pecado grave, não celebre a Missa nem comungue o Corpo do Senhor sem fazer antes a Confissão sacramental a não ser que exista causa grave e não haja oportunidade para se confessar; neste caso, porém, lembre-se de que é obrigado a fazer um ato de contrição perfeita, que inclui o propósito de se confessar quanto antes”. (Nota do tradutor).

por D. Estevão Bettencourt, osb
http://www.cleofas.com.br

Conselho das Comunicações diz que "Internet não substitui comunicação pessoal"


Membros das Comissões episcopais para as Comunicações de Portugal e Espanha reuniram-se com o Presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, Dom Claudio Maria Celli, ao redor do tema “A Igreja e as novas tecnologias da comunicação: oportunidade para a missão pastoral”.

O encontro de três dias, em Málaga, serviu para ressaltar que a Internet é parte da cultura atual e a Igreja deve utilizá-la para evangelizar.

Para o presidente da Comissão espanhola, Dom Joan Piris Frígola, “as novas tecnologias são uma oportunidade para desempenhar o trabalho pastoral, e a Igreja não pode ficar à margem”.

Bispo de Lleida, Dom Joan opinou que neste sentido, os sacerdotes devem se preparar adequadamente para cumprir a missão de “bons comunicadores, despertando interesse e sendo entendidos”.

Em relação às redes sociais, o bispo indicou que “é preciso saber utilizá-las para não se deixar escravizar”. Quanto à presença dos padres e bispos nestes novos cenários, o bispo ressaltou que é importante que não se esqueçam do aspecto pastoral e da atenção pessoal aos fiéis.

“Embora ajudem determinadas pessoas a superar a solidão, os espaços virtuais não podem substituir a comunicação pessoal direta nem a experiência de comunidade em sentido religioso”.

O documento final do encontro traz, em 10 pontos, as conclusões do encontro: a visita do Papa a Portugal; a futura visita de Bento XVI a Espanha; suas palavras ao mundo da cultura; a missão evangelizadora da Igreja no cenário do mundo digital; a importância da evangelização da cultura atual (essencialmente midiática); as vantagens das novas tecnologias; o exercício do ministério pastoral com o uso da Internet); o papel de pais e educadores; a importância da mídia para favorecer a solidariedade com os mais carentes e o bem comum da sociedade.


por Rádio Vaticano
http://www.comshalom.org/noticias/exibir.php?not_id=3389

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Matrimômio, caminho de santificação


Os matrimônios de hoje precisam amadurecer nesta realidade


Quando se fala em santificação precisa-se refletir sobre este termo enquanto processo que temos de passar a vida toda para atingi-lo. Ser santo é um processo: o lindo, mas doloroso, processo de santificação. E isso acontece na nossa vida, no cotidiano de nossa existência.

A pessoa casada experimenta de forma muito real este processo na sua vida, pois o matrimônio é um caminho certo para se alcançar a santidade. Começa pelos primeiros anos de casados com a adaptação à outra pessoa: os conceitos dela, a forma de viver e se comportar que passa de um viver individual para um viver a dois; os seus defeitos e imperfeições, que se confrontam com os nossos; a saída da casa dos pais ou de sua própria casa. Todos os conflitos resultantes dessa adaptação são sofrimentos que levam à santificação.

Com o passar dos anos começam outros processos, pois a pessoa muda de costumes e adquire outras manias e formas de pensar. Algumas delas se alienam, se fecham em si mesmas tornando-se egoístas e individualistas; outras se abrem demais e esquecem que estão casadas. Nascem os filhos e as dificuldades continuam a crescer: preocupações, doenças, noites sem dormir, perdem muitas vezes o foco no próprio matrimônio, ficando os filhos como barreiras para o encontro amoroso. Tudo isso é matéria-prima para a santificação dos cônjuges. O problema é quando a pessoa desiste de ser santa e resolve jogar fora a sua maior oportunidade de santificação: quem Deus colocou ao seu lado.

Vejo que os matrimônios de hoje precisam amadurecer nesta realidade: a santificação pessoal de cada pessoa: o esposo, a esposa e os filhos. Mas também isso não é desculpa para que continuem acontecendo as brigas, as discussões enormes, as agressões físicas e morais. Precisamos, sim, investir na própria concepção de pessoa: querer ser melhor para viver melhor com o(a) outro(a), aprender a perdoar e a receber perdão e acolher as dificuldades como formas de santificação que a Divina Providência nos proporciona.


Deus abençoe você.

Diácono Paulo Lourenço


Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=11916

É fácil seguir Jesus?



Somos humanos e passíveis de erros e imperfeições



A Santa Eucaristia é a celebração do serviço de Nosso Senhor Jesus Cristo pela humanidade.

O início da narrativa do Evangelho do décimo terceiro domingo do Tempo Comum é uma introdução solene da viagem de Jesus a Jerusalém. É o começo de Sua volta ao Pai e Ele apresenta Suas condições para quem quer segui-Lo. Mas não é tão fácil e simples seguir esse Jesus, que pôs o pé na estrada. Dois discípulos precisam ser "exorcizados” quanto ao preconceito racial e à intolerância religiosa. Outros são provocados a abandonar segurança, a rever prioridades e a romper laços familiares para pertencer a uma família que não se constitui a partir dos laços de sangue.

As palavras de Jesus neste Evangelho são dirigidas a todos os cristãos. Ele exige tudo de todos para sermos cristãos. Não podemos nos apegar nem mesmo à nossa alma, que é uma de nossas posses; devemos nos desapegar de tudo e seguir Cristo. Desde que dirijamos nossa vida para Deus, não devemos nos perturbar. É preciso vencer os prazeres carnais e conduzir nossa vida da melhor maneira, abandonando todo o restante para Aquele que tem o poder de fazer tudo o que quiser.

O Senhor nos conhece. Ele sabe que não nos transformamos de uma hora para outra. Mas o nosso objetivo deve ser ir nos aperfeiçoando até chegar ao ideal cristão. Não é fácil, mas é possível. Só depende de nos tornarmos cristãos autênticos. E, justamente porque não é fácil, é que é importante, valioso.

Somos humanos e passíveis de erros e imperfeições, mas também somos divinos, porque fomos criados à imagem e semelhança de um Deus uno e trino, que fez o Cristo se tornar humano entre nós a fim de que aprendêssemos a assumir a divindade em nosso interior.


Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora(MG)


Fonte:http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=11914

Por que ele não fala em casamento?



Ninguém espera viver como namorado a vida toda


Muitas mulheres falam da dificuldade de encontrar um namorado; outras, por sua vez, mesmo namorando há algum tempo, reclamam da falta de compromisso do rapaz com relação ao futuro do relacionamento ou de que o namoro parece não progredir como gostariam. Medo e insegurança podem realmente rondar os pensamentos dos namorados, especialmente quando certas decisões dizem respeito a compromissos definitivos.

Assumir a responsabilidade do casamento pode causar frio na barriga de muitos ao imaginarem o futuro e as complexidades da vida a dois, o que exigirá do casal disposição recíproca em fazer de suas vidas um enxerto.

Ninguém espera viver – como namorado – por um tempo indeterminado. Mas há alguns detalhes que talvez possam facilitar a compreensão dos possíveis motivos que levam ao adiamento da tão esperada data e, por sua vez, eliminar as inseguranças quanto ao compromisso para o casamento. Todavia, muitos casais, independentemente da necessidade de preparar os enxovais, mobiliar a casa, entre outras tarefas comuns aos nubentes, justificam ser ainda muito cedo para optarem pelo matrimônio. O casal sabe que deverá abdicar de coisas comuns à vida de solteiro, as quais lhes possam parecer insubstituíveis.

Algumas pessoas têm a imagem do casamento como uma prisão, mas, diferentemente disso, nesse novo estado de vida, apenas não cabem alguns dos antigos hábitos. Contudo, vale lembrar que a vida de quem opta pela experiência conjugal não se congela no tempo simplesmente pelo fato de se estar casado. Uma vez casado, uma nova perspectiva se abre para o jovem casal, agora, entrelaçando seus interesses, partilhando responsabilidades e abrindo-se ao aprendizado do convívio a dois.

Ao fazermos nossas escolhas assumimos as responsabilidades vislumbrando algum tipo de compensação pelo esforço empreendido. É muito desagradável para alguns casais de namorados perceberem que, mesmo depois de anos, levam o namoro como se os constantes desentendimentos fossem normais; vivem como se suportassem um ao outro em meio às brigas e discussões e qualquer situação pode ser motivo para mais uma crise. Outros continuam com o namoro somente pelo fato de estarem vivendo por muitos anos o relacionamento. Quando questionados sobre o assunto, dizem estar apenas acostumados com a companhia do outro. Entretanto, por maior que possa ser a intimidade no namoro existente entre esses casais, ainda assim não estão convencidos de dar um passo mais sério.

Seria difícil imaginar um futuro promissor com alguém que não se empenha em romper com o mau humor, cujo negativismo, a baixa autoestima e a dificuldade em se fazer afável a outros estão sempre à mostra. Qualquer uma dessas características faz com que até mesmo os amigos se distanciem de alguém assim. Se tais comportamentos não conseguem manter os amigos, tampouco poderiam convencer o(a) namorado(a) de que essa pessoa é um bom partido. Ao ponderar essas dificuldades presentes no relacionamento, que vantagens o casal poderia prever para o futuro do namoro a ponto de assumir o compromisso da vida conjugal?

Esses exemplos, entre outros, podem ser um sinal para os namorados avaliarem se o esforço empreendido ao longo desse convívio tem sido compensador até mesmo para continuar o namoro. Por essa razão, os namorados precisam viver esse tempo com muita dedicação e estar atentos a tudo que não favoreça o crescimento do casal.

Antes que o namoro venha a celebrar bodas, melhor seria que os namorados – olhando para casamentos que são para eles bons modelos e procurando evitar os erros cometidos por aqueles que foram malsucedidos –, investissem na própria mudança de comportamento, fazendo-se flexíveis às novas exigências de uma vida comum.


Dado Moura
Dado Moura é membro aliança da Comunidade Canção Nova e trabalha atualmente na Fundação João Paulo II para o Portal Canção Nova como articulista.



Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=11911